12 dezembro 2025

Viúva de Ferro (Xiran Jay Zhao)

Viúva de Ferro de Xiran Jay Zhao

Editora: Saída de Emergência (2022) 

Formato: Capa mole | 368 páginas 

Géneros: Ficção Científica, Fantasia

Sinopse.

AVISO: Spoilers e trigger warnings: violência

Esta é uma história sobre um vilão?

Deve ser, certo? Não é suposto idenficar-mo-nos com a personagem principal feminina, certo? Espero que não, porque ela é horrível. Sem redenção. 

Não há uma única ideia original neste livro. O cenário é uma mistura de anime mecha - aka com robôs gigantes (não acreditem em mim apenas, pesquisem: a própria autora disse isto mesmo) e a China imperial. A construção do mundo é vaga e desinteressante e tudo está lá apenas para um propósito: para a nossa heroína reclamar sobre o quão mal ela foi tratada pela patriarquia.

Porque estão a lutar? Contra o que estão a lutar? Porque é que a sociedade deles é como é? Qual é o nível tecnológico exato da sua civilização? Quem são esses deuses de quem falam e como partilham conhecimento com as pessoas? Bolas, como é a paisagem? Não?

Não. Não há nada neste livro que explique qualquer uma destas coisas. Temos apenas os sentimentos de Zetian, o mau humor de Zetian, o aborrecimento de Zetian e a própria ideia aterrorizante de "justiça" de Zetian, que inclui [SPOILERS] matar a sua família num piscar de olhos porque os seus pais estavam a implorar-lhe para NÃO matar o seu irmão mais novo. Ela ficou com raiva e matou-os a todos, incluindo o dito miúdo, sem remorsos, porque na cabeça dela era o que mereciam uma vez que era tão injusto que os seus pais nunca tivessem implorado ou se importado da mesma forma com ela só porque ela é uma mulher. Portanto, matar uma criança inocente e a família dela, só por causa disto é justificado para ela [FIM DO SPOILER]. Que maravilha. Espero que a autora não esteja à espera que pensemos que a sua ação é justa ou mesmo justificada.

Uma daquelas personagens que os autores querem que sejam duronas e fortes, mas que no fundo não enchem as medidas dessa imagem... das personagens femininas realmente fortes. A Zetian é apenas horrível. Não é força o que ela faz, é maldade.

Um livro confuso. Não o recomendo, é mesmo muito mau. E a escrita, ouch. Li em inglês, nem sei como ficou a tradução mas coitados dos tradutores. Deixa muito a desejar.

07 fevereiro 2025

Opinião: Verity (Colleen Hoover)


Editora: Topseller (2019) 

Formato: Capa mole | 320 páginas 

Géneros: Romance, Mistério

Sinopse.

AVISO: isto é uma tirada raivosa cheia de spoilers 

Este livro é... tão mau. A coisa mais improvável de sempre. É suposto eu acreditar que os seres humanos se comportam assim?

Ora vejamos:

Temos a Verity... "Olá, eu sou Verity e eu sou (não) uma psicopata, deixem-me apenas escrever tudo sobre os meus crimes num word, imprimi-lo e deixá-lo numa caixa qualquer onde qualquer pessoa o pode encontrar e lê-lo."

Temos o Jeremy: "E eu sou o Jeremy, o marido e passei anos e anos com a minha mulher, mas vou acreditar neste texto aleatório que li no computador dela. Não lhe pergunto nada, não a confronto, apenas decido que ela é culpada e nunca acho estranho que ela tenha esse texto num computador com fácil acesso e sem qualquer password". "Ah e sou podre de bom. Porque tipo, protagonista e tal."

Desconhecida: "E eu sou a principal personagem feminina (literalmente não me lembro do nome dela e terminei o livro há 10 minutos) e eu vou apaixonar-me à primeira vista pelo protagonista masculina porque é claro que sim, e vou descobrir o manuscrito sem nunca vou parar para pensar COMO SERIA ESTÚPIDO ALGUÉM DETALHAR OS SEUS CRIMES POR ESCRITO E OS IMPRIMIR!!!"

Ufa, já me sinto muito melhor.

Este livro é tão básico e sinceramente só literatura má. E nem sequer estou a falar das cenas de sexo tiradas a papel químico do pornhub. Senti vergonha alheia ao lê-las, a sério.

Falta consistência, personagens notáveis, originalidade e, acima de tudo... não faz sentido nenhum. Vá lá, a Verity conseguiu enganar médicos e enfermeiras sobre o seu estado? Não há TACs no hospital onde ela estava? Equipamentos de monitoramento e pessoas que foram para... sabem, a Universidade de medicina e podem distinguir com facilidade um coma falso de um coma verdadeiro? Se me dissessem que ela subornou alguém, então... talvez. Mas não, só enganou toda a gente porque... Porquê? Por que não foi diretamente à polícia se o seu marido a estava a tentar matá-la?

Os personagens são tão... burros. E inconsistentes. Então, os supostos crimes da Verity foram abomináveis, mas os crimes do Jeremy eram justificados? Sim, fixe, então está bem.

Nem sei bem o que representa o final. A Verity era inocente? Culpada? Final aberto, é o leitor a decidir? Porque no geral, neste tipo de livros deviam atar-se as pontas soltas. Para ser honesta, o último capítulo é demasiado complicado. Não entendi. Não achei que fosse um "twist". É só um final sem sentido.

Isto... foi tão mau como uma novela mexicana. Não sei de onde vem a alta classificação no Goodreads, porque digo-vos, este livro não faz sentido. De todo. Simplesmente não faz sentido. Não faz sentido. Ou talvez seja um thriller altamente sofisticado que eu não entendi.


28 janeiro 2025

Lançamentos Manga 2025

 Olá, olá!

A banda desenhada japonesa tem tido uma popularidade crescente em Portugal. Assim, como aficionada, é com prazer que vejo a oferta de manga a crescer em Portugal! Acho mesmo que foi o meu artigo que mudou o panorama, ahah!

Eis algumas das novidades que podemos esperar nos próximos meses:



Blue Lock, Vol. 1 de Muneyuki Kaneshiro, Yusuke Nomura

Distrito Manga

Shounen, Desporto

Disponível em: fevereiro 2025






Uzumaki de Junji Ito


Terror

Disponível: 1º trimestre 2025




Tokyo Ghoul: re, Vol. 16 de Sui Ishida


Terror, Sobrenatural

Disponível: 1º trimestre 2025

Oshi no Ko, Vol. 1 de Aka Akasaka, Mengo Yokoyari


Fantasia

Disponível: fevereiro 2025

Astra Lost in Space, Vol. 1 de Kenta Shinohara


Fição Científica, Mistério

Disponível: março 2025

O meu Casamento Feliz, Vol. 3 de Rito Kohsaka, Akumi Agitogi, Tsukiho Tsukioka


Romance

Disponível: fevereiro 2025

Chainsaw Man, Vol. 9 de Tatsuki Fujimoto


Fição Científica, Mistério

Disponível: fevereiro 2025




17 janeiro 2025

Opinião: Sistemas em Estado Crítico (Martha Wells)

Editora: Relógio de Água (2024) 
Formato: Capa mole | 120 páginas 
Géneros: Fição científica, Mistério

O que dizer deste pequeno livro?

Primeiramente tenho a dizer que estou muito contente por finalmente terem publicado por cá esta série. Para quem gosta de fição científica, esta série vai ser uma delícia.

@ protagonista (sem género definido) é um android cujo objetivo é proteger humanos sempre que estes necessitem de tal, como por exemplo em missões que comportem riscos.

O que é diferente neste android é que el@ conseguiu piratear o módulo que permitia à empresa a que pertence controlar o seu comportamento, transformando-se assim, numa unidade completamente independente. O que faz el@ com esta liberdade? Ora essa vê séries de TV enquanto guarda os humanos.

Assassiborgue (nome escolhido pel@ mesm@) despreza humanos mas mesmo assim tem de fingir que os guarda. 

Estas novas emoções transformam @ Assassiborgue: desprezo, enfado, irritação (quando lhe interrompem as séries) e vão mudar a forma como olha para o mundo.

Os livros desta série são pequenos, leem-se num instante e são bastante acessíveis.

O mundo é extremamente interessante, com grandes corporações a mandarem basicamente no espaço controlado pelos humanos (centenas de planetas) o que demonstra os excessos do capitalismo com uma estrutura de quasi-escravidão de humanos em operações em grande escala.

O mundo é também imersivo e as personagens são divertidas e é fácil gostar delas, especialmente d@ protagonista, com a sua visão algo niilista e muito sarcástica do(s) mundo(s).

Este livro serve como introdução ao mundo e a algumas das personagens. Tem ação, muito diálogo interior do Assassiborgue e monstros galáticos. É uma espécie de mistério/thriller passado no espaço.

Acho que se pode ver que gostei muito desta leitura. Se gostam de fição científica, personagens bem desenvolvidas, ação e um mistério vão adorar este livro. As aventuras d@ Assassiborgue merecem ser seguidas e é de leitura fácil e imersiva.

Recomendado.

04 março 2024

Review: Is It Wrong to Try to Pick Up Girls in a Dungeon? Vol. 1 (Fujino Omori)

Is It Wrong to Try to Pick Up Girls in a Dungeon? Vol. 1 by Fujino Omori
Publisher: Yen Press (2013)
Format: ebook | 216 pages
Genre(s): Fantasy, Light Novel
Synopsis.

This was just... bad on so many levels.

So. Why did I read this book, when it was objectively bad almost from the get-go.

Well, I've watched the anime (all seasons out) and it keeps getting better, but even the first season, that was focused on the whole pick up girls thing was better than this book.

What was bad:

- The writing: it was like reading the actual script for the anime. There were literally parts where the dialogue went as such: "Gwraaht", "!", "...". I have no idea what any of this means, I guess the first one is monsters growling I suppose

- The fact that Bell, the main character was 14 YEARS OLD and all the women interested in him were adults and/or hundreds of years old goddesses. And they referred to the humans as "children" which made it creepier

- The over sexualization of the women by focusing on physical attributes, like Hestia's "ridiculously big boobs" and her childish face

- It's basically a tween's fantasy, but written for adults and that is seriously creepy.

- The plot was nonsensical and thin.

22 março 2023

Opinião: Um Acordo Muito Sedutor (Maggie Robinson)

Um Acordo Muito Sedutor de Maggie Robinson
Editora: Editorial Planeta (2015) 
Formato: Capa mole | 336 páginas 
Géneros: Romance histórico
Sinopse.

Uma história bastante típica dentro do romance histórico, cuja resolução é fraquita, especialmente porque havia lugar para um mistério interessante, se o mesmo tivesse sido bem desenvolvido.

E a tradução não ajudou. Tenho visto imensos erros de tradução em livros, mas este livro foi dos piores. A tradução literal abunda e faz-me questionar se a tradutora percebe realmente o inglês e as suas nuances. Algumas frases foram traduzidas tão literalmente que nem sequer faziam sentido. É por isso que os tradutores devem ser profissionais formados e não umas pessoas quaisquer que fazem barato e "até percebem mais ou menos de inglês" (claro que não sei se será este o caso... mas sei que é esta a mentalidade relativamente à profissão/trabalho de tradução). O resultado nunca é satisfatório e é insultuoso para os leitores, que não pagam pouco pelo livro, depararem-se com uma qualidade que deixa tanto a desejar. Enfim.


29 setembro 2022

Review: Kill the Queen (Jennifer Estep)

Publisher: Harper Voyager (2018)
Format: ebook | 480 pages
Genre(s): Fantasy

Disclaimer: I thoroughly enjoyed this book.

However... it has so many structural problems, I can't in good conscience give it more than 2 stars. So...

The good:
- The writing: very engaging and the narrator did a decent job at reading it.
- The pace: it was fast-paced and there wasn't time to feel bored.
- The self-discovery journey: while recounted in a cliché manner I liked how Evie reclaimed herself and learned to stand up for what she believed.

The not so good:
- The entire storyline: it was predictable and followed a well-threaded path in urban fantasy books.
- The character development: most of the characters were stereotypes and never got past it - the mwahaha, bully villain, the selfless heroine, the troubled and brooding male lead. More nuanced characters were never explored.
- The magic system: it was explained, but it was too simplistic and just there so people could have magic.
- The world building: was terrible. I was confused the whole time, the world seemed post-medieval (sort of) with swords and castles and nobles, but they had toilets, hot water and showers (how, we're never explained).
In speech the characters drew comparisons with modern things and used modern idioms. Basically there was no world building. This book is plain urban fantasy, the world is just sketched and there to accommodate the characters, it does not stand on his own. There was no effort made to create a sustainable, believable fantasy world.

So these were my impressions of the book. It's deeply flawed but I still enjoyed it as fluff "reading".

Publicação em destaque

Opinião: Sistemas em Estado Crítico (Martha Wells)

Sistemas em Estado Crítico de Martha Wells Editora : Relógio de Água (2024)   Formato : Capa mole | 120 páginas   Géneros : Fição científic...